O que é Coaching Sistêmico - Teoria e Prática

O Coaching Sistêmico teve sua origem a partir do Pensamento Sistêmico que é uma concepção explicativa da realidade que parte do principio de que o modelo mecanicista cartesiano não é suficiente para explicar o funcionamento de fenômenos como a psique humana ou a física quântica. A idéia é complexa, mas podemos resumir o debate da seguinte forma: o modelo racionalista tradicional tem três conceitos básicos. Como complemento, no final deste artigo explicaremos o que é Dialogo Sistêmico.

Pressupostos do Modelo Racionalista

Pressuposto da simplicidade: para entender o todo é necessário dividi-lo em partes e estudar separadamente as partes.

Pressuposto da estabilidade: o mundo é estável; sob condições controladas um experimento pode ser repetido de forma previsível.

Pressuposto da objetividade: admite a idéia de que é possível conhecer o mundo objetivamente, tal como ele é na realidade.

"O Coaching Sistêmico teve sua origem a partir do Pensamento Sistêmico que é uma concepção explicativa da realidade que parte do principio de que o modelo mecanicista cartesiano não é suficiente para explicar o funcionamento de fenômenos como a psique humana ou a física quântica."(Marcelo Campos, Master Coach)

Paradigmas da Teoria Sistêmica

A teoria sistêmica trabalha com três paradigmas radicalmente contrários:

Pressuposto da complexidade: a partir da parte é impossível entender o todo, porque estamos excluindo todo o conjunto de inter-relações inerentes ao conjunto.

Pressuposto da instabilidade: o mundo não é estável, ele está em formação, e como tal não possui previsibilidade.

Pressuposto da intersubjetividade: não existe uma realidade independente do observador; todo conhecimento científico é uma construção social.

As idéias junguianas de arquétipos inconscientes ou a concepção de Terapia Holística são bons exemplos de raciocínio a partir do pensamento sistêmico. Para os treinamentos comportamentais interessa sobretudo a noção de que o todo não pode ser comprendido a partir de suas partes; são as partes que são compreendidas a partir da percepção do todo. Nosso corpo físico, por exemplo, é um todo; ele constitui um sistema de órgãos que trabalham juntos; se eu estudar o estômago separado de todo o restante não vou conseguir entender como ele é afetado por meus estados de humor. É a partir do todo bio-psíquico, de meu estado atual física e emocionalmente é que posso entender as influências que determinam o bom ou mau funcionamento de meu estômago. Isso é relevante para compreender as dinâmicas interpessoais: todo ser humano faz parte de diferentes sistemas, cada um deles com regras próprias; eu estou inserido num sistema familiar, por exemplo; meu ambiente de estudos e de trabalho também constituem sistemas.

O modelo racionalista tradicional analisa relações em termos lineares: uma ação x gera uma conseqüência y; o modelo sistêmico concebe as relações em termos circulares: a ação x produz a conseqüência y ; mas a ação x foi determinada por uma situação w que também se relaciona com a conseqüência y. Um sistema circular pressupõe múltiplas inter-relações.

Outro exemplo: num sistema linear eu tiro a seguinte conclusão: vou demitir um funcionário e reduzir em x% minhas despesas com pessoal; num sistema circular eu sei que demitir um funcionário sem um motivo muito fundamentado vai afetar negativamente o moral de toda equipe de trabalho e até a relação com os clientes; se eu não considero todas as inter-relações posso cometer erros grosseiros.

Entender um sistema formado por um grupo de pessoas pressupõe, no modelo sistêmico, ser capaz de desenvolver a empatia e perceber o papel desempenhado por cada membro do sistema; essa é uma das bases das chamadas terapias de constelações sistêmicas fenomenológicas: o terapeuta utiliza pessoas externas para criar uma “representação” do sistema onde está inserido o paciente e ajudá-lo a ver seu sistema como um todo.

A representação do sistema é um recurso muito comum em sessões de Coaching Sistêmico; para isso podem ser utilizadas figuras de papel ou pequenos bonecos.

O que é Diálogo Sistêmico

Outro recurso importante do método é o chamado Diálogo Sistêmico: o coach busca quebrar o padrão de raciocínio linear do cliente com perguntas “circulares”. Um exemplo:

Raciocínio linear: o funcionário X está insatisfeito com o serviço e rende pouco; preciso demiti-lo.

Pergunta circular: O que deixa o funcionário X insatisfeito também afeta outros funcionários? Como eles lidam com isso? Como podemos resolver a fonte de insatisfação?

São seqüências de perguntas que incentivam o cliente a estabelecer novos paradigmas explicativos de sua realidade; quebrar os vícios de análise abre espaço para que surjam novos insights criativos; a capacidade criativa é desbloqueada.

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Marcelo Leandro de Campos tem experiência de 15 anos como palestrante de Autoconhecimento e treinamentos motivacionais e comportamentais; é professor de Educação Financeira na EGDS e Master Coach. Para contato e maiores informações visite minha minha página pessoal.