Metáfora sobre como quebrar Paradigmas - O jogo de Cartas

Já falamos sobre a importância da mudança de paradigmas em outros artigos; uma das tendências prejudiciais que possuímos é ter o foco o tempo todo em coisas externas; tentamos justificar tudo que nos acontece colocando a culpa no tempo, nos clientes, nos colegas de equipe, na economia, etc.

Hoje gostaria de tratar do assunto de forma mais lúdica, através de metáforas sobre como quebrar paradigmas. Há uma história que li em algum lugar, sobre um rabino judeu que esteve preso no Gulag, o temido conjunto de campos de trabalho forçado que Stalin mandou construir na Sibéria nos anos mais negros de seu regime.

Em suas memórias dos tempos de prisão o rabino relata uma situação no mínimo inusitada: o rigoroso regulamento do campo de prisioneiros proibia, entre tantas outras coisas, o jogo de cartas; a pena para quem fosse pego jogando era a solitária. Como a solitária ficasse numa cela subterrânea, em pleno inverno siberiano, é claro que a punição normalmente terminava na morte do prisioneiro.

De alguma maneira um dos presos do pavilhão onde ficava o rabino conseguiu um baralho; logo se formou um grupo que passava horas e horas jogando, driblando o horrível tédio da prisão.

Situações extremas como essa são muito boas para revelar tanto o que existe de melhor quanto o que há de pior no ser humano; por alguma razão um dos prisioneiros dedurou o grupo de jogadores para os soldados, que foram imediatamente ao pavilhão; revistaram todos os presos e seus pertences, mas não encontraram nada.

Sentindo-se enganados, os guardas ficaram de tocaia e invadiram o pavilhão de madrugada; deixaram todos os presos nus e fizeram uma rigorosa revista, mas novamente não encontraram nada; furiosos, descontaram sua frustração no denunciante, que não foi capaz de indicar onde estava o baralho.

Quando os guardas partiram o rabino perguntou a um dos presos como haviam conseguido esconder tão bem o baralho. "Somos batedores de carteiras", respondeu ele; "assim que os guardas entram no pavilhão um de nós esconde o baralho no bolso de um dos guardas; quando eles terminam a revista outro preso discretamente pega o baralho de volta; eles jamais pensariam em procurar as cartas em si mesmos".

Moral da história: na maioria das vezes procuramos a fonte, ou a solução de um problema fora de nós mesmos. Culpamos o mundo, sem antes procurarmos dentro da gente o que está acontecendo.

Fazemos isso na vida pessoal, assim como nos nossos negócios. Quantas vezes nos pegamos culpando a economia, os clientes, o mercado pelos nossos fracassos, ao invés de procurarmos dentro de nós mesmos o que causou a falha?

Nada podemos fazer para mudar a economia, o mercado ou os clientes, mas podemos sim decidir o que fazer com as ferramentas que temos nas mãos, para consertar a situação, apesar dos fatos externos.

Sugestão: da próxima vez que você se pegar culpando o mundo pelos seus problemas, pare e reflita se não há nada em você que precisa ser resolvido.

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Marcelo Leandro de Campos tem experiência de 15 anos como palestrante de Autoconhecimento e treinamentos motivacionais e comportamentais; é professor de Educação Financeira na EGDS e Master Coach. Para contato e maiores informações visite minha minha página pessoal.