A ciência antropológica havia nascido e os cientistas já haviam começado a atirar os trastes à cabeça, problema religioso à parte. Em primeira instância levavam todas as de ganhar os "fixistas", que contaram em suas fileiras não somente com Carlos Linneu, mas também com Blumenbach e Cuvier, ou melhor, aos "morfologistas", além de seus provisionais inimigos os "funcionalistas", isto é, os discípulos de Georges Louis de Leclerc, conde de Buffon (1707-1778).
Buffon foi uma espécie de inovador do método. Não têm razão os evolucionistas que pretenderam fazer dele uma espécie de precursor de Charles Darwin ou de Lamarck. Sua contenda com os lineanos refere-se ao critério de classificação das espécies. Sua obsessão era que não havia de fixar-se na conformação dos órgãos ou na presença de traços para atribuir um animal a uma classe ou outra. "Os gêneros, as classes, as ordens não existem mais que em nossa imaginação — costumava afirmar —, não são mais que idéias convencionais; não existe mais que indivíduos, a espécie é uma palavra abstrata e geral, que existe somente enquanto se considere a Natureza na sucessão do tempo, e a melhor maravilha da Natureza não é o indivíduo, mas a sucessão, renovação e duração das espécies".
Hoje, contemplando o panorama da Antropologia durante o século XVIII e o século XIX, com os olhos da mentalidade de nosso século, científica ou não, ficamos algo perplexos do curioso e freqüentemente cômico espetáculo das polêmicas e das disputas, das tomadas de posições radicais, da assombrosa mistura de afirmações e negativas acerca de se o homem tem ou não tem alma, se é um animal a mais ou um ser excepcional, se foi criado ou não, e todos aportando sua opinião como se fosse a última verdade.
A Europa era um fervilhar de idéias. Estava acabando um mundo e começando outro. As paixões estavam exaltadas. Não é, portanto, incompreensível que a Antropologia, mais além de seu objetivo científico, foi erigida em uma espécie de bando disposto a acabar de uma vez com a Teologia.
No século XVIII a palavra "antropologia" é sinônimo de "descrição do corpo e da alma". O termo passa ao domínio da linguagem filosófica alemã e é aplicado em seguida a tudo referente ao homem. Hegel usa abundantemente dele. E à sua morte, ocorrida em 1831, a interpretação esquerdista de sua doutrina deu lugar a uma corrente de depurado materialismo ateu.
Marcada pela discussão evolucionista, a antropologia do Século XIX privilegiou o Darwinismo Social, que considerava a sociedade europeia da época como o apogeu de um processo evolucionário, em que as sociedades aborígenes eram tidas como exemplares "mais primitivos". Esta visão usava o conceito de “civilização” para classificar, julgar e, posteriormente, justificar o domínio de outros povos. Esta maneira de ver o mundo a partir do conceito civilizacional de superior, ignorando as diferenças em relação aos povos tidos como inferiores, recebe o nome de etnocentrismo. É a «Visão Etnocêntrica», o conceito europeu do homem que se atribui o valor de “civilizado”, fazendo crer que os outros povos, como os das Ilhas da Oceania estavam “situados fora da história e da cultura”. Esta afirmação está muito presente nos escritos de Pauw e Hegel.
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Com fundamento nestas concepções, as primeiras grandes obras da antropologia, consideravam, por exemplo, o indígena das sociedades não europeias como o primitivo, o antecessor do homem civilizado: afirmando e qualificando o saber antropológico como disciplina, centrando o debate no modo como as formas mais simples de organização social teriam evoluido, de acordo com essa linha teórica essas sociedades caminhariam para formas mais complexas como as da sociedade europeia.
Nesta forma de apreender a experiência humana, todas as sociedades, mesmos as desconhecidas, progrediriam em ritmos diferentes, seguindo uma linha evolutiva. Isso balizou a idéia de que a demanda colonial seria "civilisatória", pois levaria os povos ditos "primitivos" ao "progresso tecnológico-científico" das sociedades tidas como "civilizadas". Há que ver estes equívocos como parte da visão de mundo que pretendiam estabelecer as diretrizes de uma lei universal de desenvolvimento. Durkheim, por exemplo, entendia o estudo das manifestações totêmicas dos nativos australianos como o modo de determinar a origem de todas as religiões. Partindo de tais princípios, surgem os conceitos de progresso e determinação.
O método concentrava-se numa incansável comparação de dados, retirados das sociedades e de seus contextos sociais, classificados de acordo com o tipo (religioso, de parentesco, etc), determinado pelo pesquisador, dados que lhe serviriam para comparar as sociedades entre si, fixando-as num estágio específico, inscrevendo estas experiências numa abordagem linear, diacrônica, de modo a que todo costume representasse uma etapa numa escala evolutiva, como se o próprio costume tivesse a finalidade de auxiliar esta evolução. Entendiam os evolucionistas que os costumes se demarcavam como substância, como finalidade, origem, individualidade e não como um elemento do tecido social, interdepedente de seu contexto.
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