Como professores assumindo uma nova turma, nós temos a tendência de identificar logo de início quais estudantes acreditamos que se sairão bem nas nossas aulas, quais lutarão com dificuldade para aprender e quais nem sequer tentarão.
Mas até que ponto os alunos são realmente assim como nós os classificamos, ou será que muito disso é influenciado por nós? Será que os resultados apresentados pelos alunos não se devem também às expectativas que temos a seu respeito? Pode a representação mental que fazemos deles interferir em seu desempenho na sala de aula? Segundo a PNL, sim.
Um dos preceitos da PNL (programação neurolinguística) diz que aquilo que habitualmente pensamos torna-se realidade. Ou seja, as representações mentais que fazemos do mundo afetam a maneira como o vemos, distorcem o nosso entendimento e direcionam a forma como agimos nele. Isso faz com criemos uma experiência bem particular do mundo que pode ser totalmente diferente da vivida pelas outras pessoas.
"Uma das formas de entender seus alunos e mudar a relação com eles, visando não apenas uma melhoria na convivência, mas muito mais ainda no aprendizado, é alterando as concepções a respeito deles. Você passará a emitir um conjunto de sinais diferentes que produzirão respostas diferentes." (Carlos Harmitt, mestre em educação)
Na escola e na sala de aula não é diferente. Professores e alunos possuem representações diferentes (muito diferentes por sinal!) sobre o universo escolar e cada um reage segundo essas concepções personalizadas.
Posso citar um exemplo bastante ilustrativo disso.
Durante o período em que permaneci acompanhando o cotidiano de uma escola pública na cidade de Rio Claro - SP, com o objetivo de estudar a cultura organizacional na qual estavam imersos os profissionais daquela instituição, deparei-me com um caso bastante curioso de um professor substituto e sua relação com uma sala de aula que, havia muito tempo, era considerada problemática em termos de disciplina e aprendizado. Enquanto os professores efetivos da escola não conseguiam lidar com a sala, o que gerava um desgaste cada vez maior à equipe pedagógica, esse professor substituto com pouquíssima experiência em sala de aula conseguiu não só estabelecer uma ótima relação com os alunos como também promoveu um ganho na aprendizagem do grupo.
Quando o entrevistei, perguntei se ele sabia que estava progredindo com a turma que era considerada a mais difícil da escola. Surpreso, ele respondeu que não sabia. Ninguém havia dito a ele que a classe era problemática, pelo simples fato que não tivera tempo, nos primeiros dias, de ir à sala dos professores e conhecer os seus colegas. Não fora contaminado com a visão já consolidada que se tinha sobre aquela turma em particular.
Além disso, no primeiro dia de aula com o grupo, esse professor chegou num momento em que uma aluna chorava compulsivamente devido a um problema pessoal. Sua atitude de sair da lousa e ir oferecer auxílio à garota - especialmente a forma segura e atenciosa com que fez isso - criou na turma uma representação mental sobre esse professor totalmente diferente da que tinham dos demais. É lógico que eles reagiriam ao novo professor de forma totalmente diferente!
O mapa torna-se o território, é o que diz a PNL. Nossas representações da realidade afetam a forma como nós a experimentamos. A visão negativa de uma sala de aula faz com que o professor dê mais atenção e reforce justamente os aspectos que confirmam sua visão.
Portanto, uma das formas de entender seus alunos e mudar a relação com eles, visando não apenas uma melhoria na convivência, mas muito mais ainda no aprendizado, é alterando as concepções a respeito deles. Você passará a emitir um conjunto de sinais diferentes que produzirão respostas diferentes.
Crie situações que rompam com as crenças limitadoras estabelecidas e facilite a ocorrência de novos tipos de experiência com a turma.
Estas são apenas algumas dicas básicas que podem ajudar um professor a mudar a realidade de sua sala de aula. A PNL fornece inúmeras técnicas que você, professor, pode pôr em prática e, com isso, entender seus alunos, se relacionar com eles de forma diferente e usar isso em favor de uma melhor aprendizagem.
A programação neurolinguística tem várias aplicações, no artigo PNL na Educação - Programação Neurolinguística aplicada à Educação os professores e educadores entenderão como usar as técnicas de PNL na educação para melhorar a aprendizagem do aluno na sala de aula.
Carlos Harmitt é graduado em Ciências Biológicas e possui Mestrado em Educação e Administração Escolar pela UNESP - Rio Claro. Tem 20 anos de experiência na área de Educação, atuando como professor e coordenador pedagógico em instituições de ensino públicas e particulares. Seus estudos se baseiam na Cultura Organizacional das instituições de ensino, na Programação Neurolinguística (PNL) aplicada ao processo Ensino-Aprendizagem e no desenvolvimento de treinamentos para professores focando a Liderança e Excelência na cidade de Rio Claro e região. Para conhecer melhor meu trabalho e enviar uma mensagem, visite minha página pessoal.
Sobre o autor: Ivan Bottion é empresário, publicitário, empreendedor e um dos principais colaboradores do site Esoterikha.com na produção de conteúdo. Também assina muitos de seus textos com o pseudônimo de Luis Alves, tendo assim a liberdade de se expressar sobre os mais diversos assuntos disponíveis neste site. Seguir: Google + | Facebook | Twitter